O cinema brasileiro vive um momento de efervescência criativa e também política. Além de relatos socioculturais, as últimas produções têm se apresentado como um campo de resistência à violência praticada tanto por políticos como por forças policiais no Brasil. Para entender um pouco deste panorama, Michelly Teixeira conversou com Ana Rosa Marques, especialista em comunicação visual, professora de um curso de cinema na Bahia e curadora de várias mostras de cinema, entre elas a mostra Día de Brasil, realizada todo ano em Barcelona. Ela também comenta um pouco a polêmica envolvendo o filme Aquarius, do diretor Kleber Mendonça Filho, cujos atores protestaram no Festival de Cannes contra o golpe político ocorrido no Brasil. O longa, que pela lógica do prestígio, projeção e qualidade técnica, seria o mais indicado para representar o Brasil no Oscar, foi deixado de lado em um claro sinal de retaliação por parte do governo Temer. Disputará o Oscar "Pequeno Segredo", um filme que nem sequer passou pelo crivo de críticos e telespectadores.
Na sua décima quarta edição, o Doclisboa - festival de documentários que vai decorrer na capital portuguesa - volta a levar filmes de todo o mundo. Da Espanha, chega um documentário que também já passou pelo Brasil sobre o período da transição, apoiada na história da conhecida banda punk dos anos 80 Eskorbuto. "Las más macabras de las vidas" vai poder ser visto entre os dias 20 e 30 de outubro e vai ter direito a uma apresentação feita pelo próprio realizador. Joana Dias conversa com ele para entender a história do filme e suas motivações.
