É compositor e poeta. Nasceu em Madri, mas poucos dias depois já estava na Galicia. Foi lá que o músico espanhol começou a ouvir os sons que faziam do outro lado da fronteira. Apaixonou-se pelo fado e até já fez uma música completa em português. Aos 16 anos, voltou para a capital espanhola para estudar música e depois andou pelo mundo a tocar. Joaquim Lera se apresenta com certa frequência em Portugal e em uma dessas passagens por lá, Joana Dias aproveitou para conversar com ele sobre sua ligação com os portugueses e também com o Brasil.
A produção dramática e poética de Federico García Lorca está impregnada de alguma maneira pela música popular espanhola. Mas é nos arranjos para voz e piano que ele fez para Encarnación López Júlvez, La Argentinita, que Lorca manifesta claramente sua fascinação pela tradição popular. Em 1931, ele gravou com La Argentinita cinco discos de gramofone com dez canções populares, entre elas "Nana de Sevilla". Antes de ser poeta, Federico García Lorca foi músico. O livro "Los objetos de Federico García Lorca" reivindica o lado musical do escritor granadino e revela que Lorca quis, antes de tudo, ser músico. De fato, ele estudou piano e gravou com a cantora Argentinita, em 1931, uma coleção de músicas de grande valor histórico. O autor do livro acrescenta que nos primeiros textos do poeta há varias referências musicais e que Lorca foi um dos primeiros espanhóis que trouxeram o som de Cuba à Península e que em Nova Iorque se interessou pelo jazz e tentou reproduzi-lo no piano, além de ter tido relação com Carlos Gardel na Argentina. Onde quer que fosse, procurava a música e combinava muito bem essa faceta com a literatura.
