Ela é trans, negra e brasileira e sua forma de resistir é cantando. Cantar, para ela, é um ato de resistência de extrema potência, já que o Brasil é o país que mais mata travestis, transexuais, lésbicas, homossexuais e mulheres no mundo. Ela é Liniker, de Liniker e os Caramelows, que agora também leva para fora não só a sua arte, como o seu discurso. O grupo encerra a sua primeira turnê internacional, que passou por várias cidades europeias, incluindo as espanholas Barcelona e Madri. No exterior, Liniker cantou, resistiu e não só legitimou a sua própria existência, como também encontrou pessoas que se identificam com a sua bandeira e que se empoderam com ela. Dentre os lugares por onde passou, apenas percebeu hostilidade em Portugal, onde se sentiu desrespeitada e oprimida pelos olhares nas ruas. Liniker não deixa ninguém indiferente. A voz e o visual da artista têm agora mais fãs. Depois de um 2016 muito especial, com mais de 115 show por quase todos os Estados do Brasil, Liniker e os Caramelows desbrava novos territórios e abre cada vez mais portas. Conversamos com Liniker e descobrimos as sensações que essa experiência internacional deixa e também o que vem pela frente.
